.:: Depois de algum tempo… ::.

Resolvi postar este texto, pois ao longo dos anos ele foi fazendo cada vez mais sentido pra mim… Muitas lições do inevitável ficaram explícitas neste texto…

“Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

gestao-do-tempoE aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam… E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la, por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, contudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.

Portanto… plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar… que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!”

(Veronica Shoffstall)

.:: O amor mais importante: o próprio! ::.

Decidi iniciar este post, com um trecho de Paulo Coelho, pessoa que definitivamente me inspira, que compara sabiamente a sensação de amar a uma droga.

droga.:: Amar é como uma droga.
No começo vem a sensação de euforia, de total entrega. Depois, no dia seguinte você quer mais. Ainda não se viciou, mas gostou da sensação e acha que pode mantê-la sob controle. Pensa na pessoa amada por dois minutos e esquece por três horas.
Mas aos poucos, você se acostuma com aquela pessoa, e passa a depender completamente dela.
Então pensa por três horas e esquece por dois minutos. Se ela não está por perto, você experimenta as mesmas sensações que os viciados que roubam e se humilham para conseguir o que precisam, você estará disposto a fazer qualquer coisa pelo amor. ::.

Quando uma relação chega ao fim… fica a sensação da abstinência, mais conhecida pelos apaixonados por “saudade”.

Já passei por essa sensação algumas vezes, e posso dizer com propriedade, realmente o amor é um vício, mas assim como outros vícios e outros males… sempre há uma cura.

Diz um provérbio popular “Um hábito não é uma necessidade.” e inevitavelmente em algum momento da vida concordaremos com esta máxima.

Quantas vezes já passei por sensações como esta de despedida e cheguei a pensar: “Como é possível um sentimento tão puro, tão verdadeiro e forte ser recebido por alguém com tamanho desprezo?”, muitas dessas vezes fiquei totalmente convicta de que nunca mais seria capaz de me sentir dessa forma, de desprender um sentimento com essa intensidade por outra pessoa… Mas o tempo passa, a ausência acaba se tornando uma aliada importante e quando menos se espera, em um dia qualquer, você simplesmente acorda percebendo que já voltou a fase inicial descrita pelo Paulo Coelho, onde consegue pensar no indivíduo desejado por três minutos e se esquecer por três horas… Até que estas três horas viram três dias, três meses…

Depois de algumas experiências, fica muito claro que realmente é necessário seguir em frente.

É claro que é muito difícil esperar ou ter paciência para que as coisas se encaminhem. O jeito às vezes, é deixar que o tempo faça sua parte. Por quanto tempo? Não sei.

Mas embora o tempo tenha sua participação, o primeiro passo você é quem precisa dar. Uma decisão. Decidir aceitar que aquela pessoa não cabe mais na sua vida e que não vale a pena correr atrás de quem não quer andar ao seu lado… e assim como para o vício da droga, é parte da cura o desejo de ser curado.

Durante esse processo a solidão vai bater forte na sua porta e a ausência vai parecer uma companheira inseparável durante algum tempo, mas nestes momentos é necessário se lembrar de que a vida passa e que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte… Se faz necessário então mergulhar fundo dentro de si mesmo e buscar algo que faça seu sorriso brotar… com um pouco de esforço, após algum tempo, começa a florescer o mesmo jardim onde parecia que nenhuma outra flor brotaria.

amor-proprioMuitas vezes, apesar das minhas melhores escolhas e intenções, as coisas deram errado. E por outras vezes apesar de cruzar linhas que não eram permitidas, as coisas deram certo. O que eu sei é que hoje, apesar de não ter laços, também não tenho nós.

Para finalizar esta reflexão, utilizar-me-ei de uma frase de Martha Medeiros que muito me ajuda a seguir em frente quando me sinto sozinha… Trazendo-me mais uma lição do inevitável:

“Solidão não se cura com o amor dos outros. Se cura com amor próprio.”

.:: Aquarela ::.

AquarelaNeste post gostaria colocar em reflexão essa linda canção, composta por Toquinho e Vinícius de Morais.

Canção infantil? Será mesmo? Resolvi escrever sobre ela porque tenho a impressão de que muitas pessoas encaram esta música como uma “música para criança” e nunca observaram à sutileza da mensagem transmitida implicitamente em seus versos…

Bom, então vamos às minhas divagações sobre “Aquarela”.

Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo…

Desde que nascemos possuímos dentro de nós uma aquarela, com cores para pintar diversas situações na nossa vida e transformá-las. Dessa forma, Vinicius e Toquinho iniciam uma bela reflexão sobre a vida e sobre o poder que temos de criá-la de dentro para fora e não o contrário, ou seja, a vida tem a cor que a gente pinta. A meu ver essa reflexão nos ensina a não deixar que os fatos e acontecimentos ao nosso redor definam quem somos e a nossa forma de enxergar o mundo. Pintando o sol, poderemos enxergar nossa própria vida de uma forma iluminada e alegre.
Ainda sobre esse trecho, podemos desenhar nessa folha de papel, que seriam nossos sonhos e ilusões, como castelos gerados a partir de algumas retas.

Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva
E se faço chover com dois riscos tenho um guarda-chuva…

Enxergo a metáfora do simples lápis resolvendo algumas adversidades como o frio ou a chuva como sendo “soluções simples para problemas simples”. Costumeiramente tentamos buscar soluções extremamente complexas para problemas tão simples…

Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel
Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu…

A meu ver, a mensagem implícita neste verso mostra que quando algo dá errado basta usar um pouco de criatividade para aproveitar a adversidade e criar a partir dela algo belo passível de desfrute, como vemos na estrofe abaixo.

Vai voando contornando a imensa curva Norte e Sul
Vou com ela viajando Havaí, Pequim ou Istambul

Esta parte nos mostra como estas adversidades citadas acima podem nos levar muito longe se soubermos aproveitar a chance de crescer com essa experiência.

Pinto um barco a vela brando navegando
É tanto céu e mar num beijo azul…
Entre as nuvens vem surgindo um lindo avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo com suas luzes a piscar…

Neste trecho, imagino o “amor” como o avião rosa e grená vindo pelo céu (através do beijo azul), que mesmo colorido e com luzes piscando, algumas vezes não conseguimos enxerga-lo e dar devida atenção, enquanto se parássemos instantes para apreciá-lo, ele poderia tornar tudo a nossa volta mais iluminado.

Basta imaginar e ele está partindo, sereno e lindo
Se a gente quiser ele vai pousar…

Continuando a análise sobre o trecho anterior, esta parte nos mostra que, se dermos a devida atenção e espaço em nossa vida, ele vai “pousar” e permanecer conosco.

Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
Com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida…

Imagino este trecho nos mostrando a importância dos amigos ao nosso redor… O “estar de partida” exemplifica que temos amigos que chegam e partem, de acordo com o período de nossas vidas, contudo a simples existência deles torna nossa vida muito mais leve.

De uma América a outra eu consigo passar num segundo
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo…

Este trecho volta a retratar a simplicidade ao encurtar a distância que muitas vezes colocamos entre nós e a realização dos nossos desejos.

Um menino caminha e caminhando chega no muro
E ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está…

“O menino” pode ser citado como exemplo de nós mesmos, tentando enxergar adiante e saber o que será do nosso amanhã. O amanhã sempre nos mostrará um muro, não há meios saber o que nos aguarda logo em frente.

E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade, nem tem hora de chegar

Aqui, é explícito que por mais que tenhamos desejo de “manter o controle da situação”, em muitas coisas não nos é permitido intervir. Algumas coisas precisam acontecer inevitavelmente, por exemplo, a perda de coisas/pessoas que nos são importantes.

Sem pedir licença muda a nossa vida
E depois convida a rir ou chorar…

Essa parte expressa que acontecendo o inevitável, algumas vezes seremos convidados a sorrir, outras a chorar… Isso é imprevisível e faz parte do jogo.

Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar

Por mais que existam teorias a respeito, quando a nossa estrada da vida findar não sabemos ao certo o que será feito de nós.

Vamos todos numa linda passarela
De uma aquarela que um dia enfim
Descolorirá…

A mensagem que fica por aqui nos remete a pensar que como a vida é a estrada desconhecida, torná-la-emos mais bonita a fim de desfrutar de algo que gostando ou não, um dia não teremos mais… Posto que tudo na vida tenha fim.

Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
(Que descolorirá!)
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo
(Que descolorirá!)
Giro um simples compasso num círculo eu faço o mundo
(Que descolorirá!)

No fim… Tendo feito de sua vida colorida ou em tons de cinza, ensolarada ou chuvosa, cheia de castelos e princesas ou de escombros e mendigos… Tudo passará.

Minha conclusão final sobre a mensagem contida nesta letra é que ela é claramente uma analogia à nossa vida e sobre a forma com que escolhemos vive-la.

Espero que essa reflexão faça com que possamos colorir a nossa vida, que possamos passar a nos atentar mais aos detalhes que muitas vezes passam despercebidos.

Viajemos nesta estrada apreciando por completo todas as coisas, aceitando o que a vida nos oferecer, transformando as adversidades em boas experiências, compreendendo a brevidade da vida que tendo sido bela ou não, inevitavelmente chegará ao seu fim.

.:: A Magia das Palavras ::.

“Escrever e pensar.
Pensar e recordar.
Recordar e escrever.
Recriar.
Criar.
Ah, aí está.
A criação é o desafio maior na guerra das palavras!
Mas não dá pra isolá-la. Sem palavras, é apenas um desvario que escorre pelo rio do tempo e desagua no esquecimento.
E as palavras? São as peças pra montar o quebra-cabeça.
Sem elas as criações são garranchos vazios, insólitos cartazes tão efêmeros e desapercebidos como a presença da rotina.
E há, ainda, o fundo sentimento que esmalta tudo isso.
Faço leituras admiráveis, de autores que me passam emoções realmente inesquecíveis.
Analiso-os em sua complexa simplicidade e vejo o quanto são cúmplices do tempo, mas acima de tudo, dos sentimentos universais.
Viver, certamente, é sentir essa ebulição maior que nos projeta delírios.
Mas, registrar, é algo mais sofisticado. É dar estilo ao delírio…
(…)
É por isso que coleciono no mais fundo de mim as medalhas dos heróis das letras.
Discriminados heróis, num mundo robotizado, que promove aparências e superfícies e afoga essências; que sufoca, no brilho de artificiais fogos-fátuos, o tesouro oculto das luzes interiores…”

(Maria Dinorah, ‘Coragem de Sonhar’, 3.ª edição, São Paulo, Editora Moderna, 1990.)

Este post é uma homenagem a minhas amigas* que conseguem sentir “essa ebulição maior que nos projeta delírios” e conseguem registrá-los com esta “complexa simplicidade” citada no texto acima despertando em mim emoções e sensações incríveis…

*Fabi, Vivi e Bruna

.:: Retrospectiva 2011 ::.

A maioria das pessoas quando chega um novo ano, começa a fazer um balanço do ano anterior. Comigo não poderia ser diferente. Comecei a pensar nas coisas mais marcantes que aconteceram ao longo de 2011. E vou escrever sobre algumas delas.

.:: Vida Profissional ::.

Este foi um ano que dei um grande passo para a evolução de minha vida profissional. Saí de uma empresa na qual eu me dedicava de corpo e alma ao meu trabalho, na qual era reconhecida pelas coisas boas que fazia e não tinha quase nenhum motivo para estar insatisfeita. Porém, por buscar sempre a evolução e me encontrar numa situação cômoda, entendi que era hora de mudar, de buscar desafios maiores e que exigissem mais do meu potencial.

Já citei aqui no blog que “há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo e esquecer os caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares”, segui essa premissa e isso foi no mínimo doloroso pra mim… Pois abandonar aquele emprego não era como me livrar de uma vestimenta antiga, mas como rasgar uma pele com as minhas próprias mãos. Mas isso era preciso. E foi feito.

Lição nº 1
“Não aceite fazer menos do que é capaz.”

.:: Autoconfiança e Autoestima ::.

É claro que temos defeitos. Defeitos? Não seriam características? Pois bem, tratarei como características, pois defeito, segundo uma definição do Sr. Aurélio seria o mesmo que “deformidade” e muitas vezes tratamos como defeitos algumas particularidades do nosso corpo.

Este ano, como todos os outros anos eu passei na luta diária contra a obesidade, tentando encontrar uma “forma” de ficar bem comigo mesma. Isso funcionou durante muito tempo, à medida que eu emagrecia alguns quilos, o meu entusiasmo de viver ia voltando na mesma proporção. Contudo, este ano, aprendi algo muito importante. Utilizarei um trecho de um livro que li este ano e que muito me ensinou (O que realmente importa? – de Anderson Cavalcante): “Quando cozinhamos, são as diferenças no uso dos temperos que dão sabor aos alimentos; na vida, são as diferenças entre as pessoas que dão verdadeiro sabor às relações.”
Aprendi que não adianta eu passar o resto da minha vida tentando ser a Deborah Secco, porque eu nunca serei ela. E eu não posso deixar de ser feliz por isso.
Aprendi que devo sim continuar lutando para eliminar os meus quilinhos a mais, porém enquanto sou obrigada a conviver com eles, não preciso mandar embora toda a alegria de viver, como sempre fiz.
Aprendi a recuperar minha confiança e autoestima, a aceitar os elogios – coisa que nunca soube fazer muito bem.

Lição nº 2
Para uma pessoa ser perfeita, antes de um corpo lindo, precisa ter bons pensamentos, autoestima elevada, transbordar amor e sentir prazer nas coisas simples – e é isto que atrai as pessoas para perto.

.:: Aquisições que valeram a pena ::.

Neste ano, consegui alcançar uma grande conquista pessoal, a compra de um carro, o que significou pra mim a tão sonhada independência em muitos aspectos. É claro que sem a ajuda de meus pais este sonho nunca seria possível. Sendo assim, pretendo honrar e retribuir da melhor forma possível a ajuda que obtive, tal como o apoio e a compreensão que eles sempre tiveram comigo.

Lição nº 3
“A nobreza está em retribuir, de forma pura, o que outrora lhe foi concedido.”

.:: Relacionamentos ::.

Este ano passei por algumas experiências amorosas que não deram certo. E isso foi bom. Foi bom para testar o meu potencial em encarar que algumas coisas na vida são passageiras, para entender que o importante é a lembrança dos bons momentos e o que eles te ensinam. Pude aprender também que algumas vezes, se não nos desprendermos de algumas antigas relações, não damos espaço para novas relações. Agora, se a pessoa precisa ou não ser totalmente afastada da nossa convivência, cabe a nós mensurar. Confesso que algumas pessoas, por mais que tenham me deixado marcas dolorosas, não consigo tirar da minha convivência. E isso talvez seja uma das lições para serem aprendidas em 2012…

Lição nº 4
“Às vezes, quando algo dá errado, acontecem coisas tão maravilhosas que jamais teriam acontecido se tudo tivesse dado certo.”

.:: Experiência x Conhecimento ::.

Daqui a dois dias este blog completa um ano. Aprendi com ele a refletir sobre os diversos caminhos que trilhamos todos os dias e colocar minhas conclusões em palavras, levando ao conhecimento de outras pessoas um pouco de tudo que aprendi. Sendo assim, posso incluir no ano de 2011 mais uma lição…

Lição nº 5
 “Dividir as experiências para multiplicar conhecimento.”

.:: Metades ::.

Hoje resolvi postar uma poesia de Oswaldo Montenegro com a qual me identifico imensamente…!  Acredito que esta poesia dispensa explicações.

.:: Metades ::.
(Oswaldo Montenegro
)

Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio

Que a música que eu ouço ao longe seja linda, ainda que triste
Que a mulher que eu amo seja sempre amada, mesmo que distante
Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade

Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece
Nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas como a única coisa que resta
A um homem inundado de sentimento
Porque metade de mim é o que eu ouço, mas a outra metade é o que calo

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é um vulcão

Que o medo da solidão se afaste
Que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita em meu rosto
O doce sorriso que eu me lembro de ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Para me fazer aquietar o espírito

E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço

Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer
Porque metade de mim é a plateia e a outra metade, a canção

E que minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor e a outra metade… Também.

.:: Procurando Empatia ::.

Todos sabem o que é certo, o que é errado, mas ninguém pode saber exatamente o que é melhor pra você. Na maioria das vezes tampouco você sabe.

Algumas pessoas, por terem vivido várias experiências (inclusive algumas traumáticas) pensam que se a trama da história for igual, o desfecho também será sempre o mesmo. Estas pessoas se esquecem das infindáveis variáveis que existem em uma mesma trama e principalmente um fator importantíssimo: os personagens raramente são os mesmos e se cada um tem sua forma de pensar e reagir a um problema, por que pensar que tudo sempre será igual?

Como diz uma grande amiga: “Certeza e confiança são qualidades de quem está fora do problema.”[1] – quem não se encontra na situação sempre sabe o que é melhor, o que é apropriado, o que é certo. Difícil é dar um conselho usando verdadeiramente o conceito da empatia e mais difícil ainda é receber um.

Se coloca em meu lugar?!” – Esta frase vale uma reflexão.

Quando alguém diz isso, está se referindo a se imaginar na situação em que a pessoa se encontra, mas sendo exatamente esta pessoa, com todos os defeitos e qualidade, com a forma única e pessoal dela de ver o mundo e não imaginar a si mesmo como se estivesse naquela situação, com a percepção de mundo que é só sua.

Imaginando que você estivesse em tal situação, ficaria muito fácil saber o que deveria ser feito, contudo cada ser humano é conhecedor de seus limites e de seus valores, fazendo com que o impacto de uma ação assuma uma forma diferente para cada um.

Hoje sinto falta de pessoas que participem das minhas histórias, que compreendam, que me ouçam com empatia. Muitas vezes tenho dúvidas, incertezas, medos e até mesmo sonhos que gostaria de compartilhar. Acontece que quando resolvo transformá-los em palavras sempre me decepciono com as reações que se seguem.

Ao expor meus anseios e delírios, gostaria muito que as pessoas levassem em consideração o que se passa dentro de mim antes de me fazer críticas ou dar sugestões.

Com o tempo aprendi a ficar mais em silêncio, por mais que algumas vezes isso seja sufocante, pois infelizmente não é apenas no tribunal que o que você diz pode ser usado contra você.

Não quero conselhos sensatos, não quero que pensem no meu futuro. Quero apenas um colo, um abraço e um afago. Quero apenas ouvir: “Ei… não importa se você está certa ou errada… estou com você!”

[1] Viviani, a única que consegue lidar com meus devaneios com empatia… rs

.:: Fechando Ciclos ::.

SONETO DE SEPARAÇÃO

(Vinícius de Morais)

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Inseri no post este poema do grande poeta Vinicius de Morais, para introduzir ao assunto de uma das Lições do Inevitável que se fez muito importante em minha vida. Em um post anterior falei sobre “Saber Perder” e hoje quero compartilhar a importância de fechar alguns ciclos em nossa vida.

Para isso, faço minhas as palavras de Fernando Pessoa sobre o assunto:

.:: Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final…
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos.
Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Despediu-se do trabalho?
Terminou uma relação?
Deixou a casa dos pais?
Partiu para viver em outro país?
A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?

Você pode passar muito tempo se perguntando por quê isso aconteceu…
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que temos a fazer é deixar que elas realmente possam ir embora…
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração… E o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.

Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.

Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor.
Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, decisões que sempre são adiadas em nome do “momento ideal”.
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou jamais voltará!

Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa – nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira.
Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo e esquecer os caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia: e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado para sempre à margem de nós mesmos. ::.

.:: Tomando Decisões ::.

Sr. Indeciso era um homem que sempre acreditou que alcançar o paraíso era ficar em cima do muro. Não tomar partido era a melhor forma de enfrentar a vida de forma tranqüila e segura.

Após a sua morte aquele senhor que passou a vida sem se posicionar, se depara com uma situação que não esperava: encontra-se em cima de um muro.

De um lado do muro estão as forças celestiais, anjos gritando: “Pula para este lado, aqui é o paraíso, você sempre procurou por isto.”
E do outro lado era o inferno sem platéia. Apenas o diabo olhando a situação de braços cruzados, calmo, até que um filosofo que assistia a tudo pergunta ao diabo: “E você não vai pedir para ele pular para o seu lado?”
E o diabo disse: “Não há necessidade! Quem esta em cima do muro já esta do meu lado.”

A Lição do Inevitável que podemos tirar disto é que os muros são os obstáculos que fazem parte da nossa evolução, sempre estarão presentes em nossas vidas, sem garantias do lado certo ou errado.

Uma vez li em algum lugar que bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, pois o triunfo pertence a quem se atreve…

Já dizia Charles Chaplin:
 “A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.”

.:: Exprimindo Emoções ::.

Vivi durante muito tempo pensando no que fazer para agradar as pessoas. No que deveria ou não dizer. No que deveria ou não fazer… Cheguei à conclusão de que devemos fazer o que quisermos, ou melhor, o que for necessário para a nossa própria felicidade.
Em um relacionamento eu sempre pensava: “Sinto isso por ele, mas não posso dizer, pois o deixarei com medo… ele vai se afastar.” ou “Devo mandar uma mensagem? Mas assim ele achará que estou apaixonada…!”… E daí?!? Se ele achar que está apaixonada, afinal não é verdade que está apaixonada? É muito difícil assumir nossos sentimentos, nos mostrar frágeis em determinadas situações. Aprendi que devo fazer o que eu tiver vontade de fazer, pois isso fará bem pra mim…
Não sei o que a pessoa vai pensar quando ler uma mensagem carinhosa. Ela pode pensar: “Nossa! Ela está caidinha por mim! Melhor afastá-la para que ela não se envolva mais!” – Sim!! Ele pode pensar isso… Entretanto pode ser que aquela mensagem era tudo que ele precisava para saber que está sendo correspondido e se entregar, pode ser que ele também estivesse inseguro em relação a você e por este motivo ainda não havia lhe mandado uma mensagem.
Antes de tomar uma atitude, não pense: “Qual será a reação do receptor?” – Pense apenas: “Fazer isso é uma forma de exprimir as minhas emoções? É disso que eu preciso nesse momento?” Então faça!!!
Não fazer por medo de perder? Você pode perder se fizer… e se não fizer TAMBÉM!!! Por isso é tão importante se fazer feliz… Porque não são os outros que podem te fazer feliz, só você pode fazer isso!

Uma vez vi uma frase que dizia: “Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você não fizer nada, não existirão resultados.”

Faça o que quiser para que nunca tenha o sentimento de: “e se eu tivesse feito?”, “e se eu tivesse tentado?”, “e se eu tivesse dito?”…
No futuro, quando olhar para trás verá que você fez tudo que estava ao seu alcance… e se não funcionou, você foi você em todos os momentos. Você não fez ninguém se apaixonar pelo que pensava que você fosse…! Você não enganou, não mentiu, não traiu, você apenas foi você… E você verá que mesmo estando sozinho (a), você foi feliz… Você viveu intensamente. E sabe quando você será feliz com alguém? Quando você encontrar alguém que saiba e queira viver tão intensamente quanto você!

Nunca devemos nos humilhar. Para nada. Para ninguém. Se você sente algo por alguma pessoa coloque para fora. Faça com que ela saiba, mas sempre tenha o discernimento e o bom senso de saber que as pessoas não são obrigadas a estar na mesma sintonia que nós. Que elas não tem a obrigação de retribuir os nossos sentimentos Nós devemos em primeiro lugar compreender isso. Não devemos insistir, encher a caixa postal da pessoa com mensagens que a convençam de que você é a pessoa certa para ela. Quem deve saber isso é ela e por isso existe o livre arbítrio.

Devemos sim exprimir o que se passa em nosso coração, desde que sejam sentimentos bons… Sentimentos agressivos devem morrer e não ser manifestados. Fazer uma pessoa se sentir culpada por lhe causar algum tipo de sofrimento nunca é uma boa opção. Isso nunca vai fazer com que ela desperte o amor que você quer dela, no máximo vai fazer com que ela alimente um sentimento de compaixão por você.

É claro que pessoas que exprimem suas emoções estão expostas. Estão sujeitas e serem machucadas por pessoas que não tem a mesma grandeza de espírito. Mas isso também a tornará uma pessoa mais forte, com uma capacidade enorme de superar as derrotas, de se bastar cada vez mais.

Para fazer alguém feliz, primeiro é necessário se fazer feliz.
Se você passar a vida toda sendo algo que você não é para conquistar alguém, deixando de fazer as coisas que sente vontade de fazer, deixando de fazer declarações de afeto por medo de não ser recompensado, mesmo que tudo dê certo nessa relação ela nunca será realmente vivida, pelo menos por uma das partes: você!

E se tudo que você oferecer não for suficiente para que gostem de você é porque com certeza essa pessoa a qual está dedicando tanta atenção não é suficiente para você também!

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